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Educação e função da Mastigação

Para que a respiração e a mastigação sejam eficazes, são necessárias uma cascata de características interligadas e consequentes, as quais irá aprender ao longo deste artigo.

Todos os dias eu ouço se o meu filho come de boca fechada, ou então, peço para que mastigue de boca fechada, pois durante a mastigação deve ser cumprida a respiração nasal, e saber respirar pelo nariz automaticamente é muito desafiante.

A mastigação eficaz deve ser feita cumprindo as seguintes normas: arcadas dentárias consonantes, oclusão dentária funcional, mobilidade lingual satisfatória, selamento labial sem esforço muscular, ausência de lesões intra-orais e permeabilidade nasal. Já para a respiração também são fundamentais diversos fatores e não apenas a permeabilidade nasal. A postura e o apoio das cadeias musculares são fundamentais, para ambas as funções.

Quando falamos de normas e fatores sabemos que não é apenas um problema que faz a disfunção.

Quando começa a mastigação?

Tudo começa no nascimento, avaliar torcicolos congénitos ou plagiocefalias irá permitir um bom equilíbrio esquelético e muscular. Consequentemente, o bebé terá maior facilidade em se alimentar, o que é bastante notório na amamentação, e também notado na qualidade do sono.

A amamentação é o primeiro estímulo muscular, quando ela não acontece deve ser estabelecido uma forma de alimentação adequada. Pode optar pela alimentação de leite com copo ou promover a utilização correta do biberão com tetinas adequadas e estimulando os músculos e o selamento labial.

Todas as ações que promovemos são estímulos de mudança no nosso metabolismo. Essas mudanças dependem da duração, da intensidade e da frequência do estímulo.

Após a amamentação inicia-se a primeira fase da mastigação e após os 12 meses o bebé já saberá mastigar e gerir o engasgamento. Contudo, nunca deveremos esquecer que as refeições devem ser em companhia e sem ecrãs ou outros estímulos externos, para que seja prazerosa e cumpra as funções de mastigação, respiração e saciedade.

Como lidar com a diferenciação na alimentação

Com o passar dos meses a alimentação começa a diferenciar-se e a alimentação complementar deverá ser introduzida de forma consistente e bem fundamentada. Neste período da vida do bebé as texturas, cores e sabores devem ser introduzidas de forma que o bebé reconheça e principalmente se habitue a experiências e novos alimentos.

Dê tempo para que o hábito se crie, compreenda a necessidade de estranhar ou o incómodo perante a diferença. Gere alegria e serenidade durante a refeição, rotina nos horários e na introdução de novos alimentos. Nesta fase é fundamental a serenidade e não tentar oferecer ‘suplemento’ para que o bebé não tente o consolo final ou sinta essa fragilidade do cuidador durante a refeição.

Assim, mesmo que ainda não haja dentes visíveis em boca, o bebé irá treinar e exercitar os músculos da mastigação. Devido ao sistema estomatognático ser de tal forma magnifico e sensível podemos oferecer alimentos naturais esmagados e mais tarde cortados ou para morder, pois o reflexo de mastigação e vómito estão presentes e irão proteger o bebé. Quanto melhor for cumprida a introdução da alimentação complementar mais fácil e rápida será a mastigação. No entanto, não deixando de ser desafiante!

Toda a descrição até aqui parece interessante e quase fácil, não é mesmo? No entanto, sabemos que nas nossas rotinas não será tão fácil.

E depois achamos que “agora o bebé já saberá mastigar de boca fechada”. Porém, não acontecem facilidades na educação da criança e as cascatas de ações podem guiar para qualquer lado o curso deste desenvolvimento!

Quando nos apercebemos, a criança já teve ou tem uma história de problemas de alergias, infecções ou inflamações que impedem ou reduzem a sua saúde respiratória, alteram e/ou condicionam o desenvolvimento da boca, prejudicam ou agravam o processo digestivo.

Chegou a fase de pedir para mastigar de boca fechada

A grande questão aqui, será esta: qual a consciência que a criança tem? Alguém ensinou? Pode ser incapacidade física (boca demasiado pequena)? Será incapacidade de respirar enquanto come?

Vamos mudar tudo?

Para garantir que se respire bem pelo nariz é necessário lavar bem, 2 vezes por dia. Além disso, treinar o selamento labial e exercitar a respiração apenas nasal, de forma lenta e suave.

A respiração correcta garantirá a força muscular do pescoço, das bochechas, lábios e a postura. Ainda garantirá também a saúde oral (dentes, gengivas, e língua saudável e arcadas dentárias funcionais), contanto que tenha as condições gerais necessárias:

  1. postura – mesa e cadeira com bom apoio de pés;

  2. ambiente sereno – sem ecrãs nem estímulos exacerbados;

  3. alimentos naturais, fibrosos e com dureza ideal;

  4. cumprir rotina de horários;

  5. estar em companhia;

  6. dar tempo ao tempo, porém limitar no tempo (sem pressa com horário);

  7. evitar períodos de exaustão física ou sono.

Os adultos também precisam aprender a mastigar corretamente!

Maioritariamente encontramos dentro das alterações mastigatórias deficiências, como mastigação centrada com movimentos repetitivos e em charneira, mastigação apenas de um dos lados (lateral ou anterior), “mastigação” por esmagamento lingual, ausência de mastigação, fratura do alimento e deglutição sem mastigação eficiente e mastigação repetida e ineficaz por alteração respiratória que desidrata o bolo alimentar dificultando a deglutição.

Até os adultos apresentam severas alterações da mastigação e nem tão pouco reconhecem o problema. Por exemplo, consegues mastigar 15 vezes, bem sentado, com os dois pés no chão e sem descolar os lábios para respirar apenas pelo nariz?

Muitas das vezes nem percebemos, ou sabemos, que não mastigamos da forma correcta e dos impactos que isto pode nos causar futuramente, porque não fomos ensinados sobre isto. Por isso é importante estabelecer esses cuidados desde bebé em nossos filhos, para que eles cresçam com a consciência dos hábitos certos e pratiquem-nos, evitando complicações futuras.

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