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Foto do escritorJOANA MAGALHÃES

O triângulo invisível: dentes, nariz e ouvidos

Respirar é saudável, mas respirar bem é fundamental. Para respirar bem temos de fechar bem a boca e, consequentemente, para fecharmos bem a boca temos de reunir as condições que envolvem o triângulo invisível – dentes, nariz e ouvidos. Hoje vamos falar de quais são as condições.

Respiração saudável atrelada ao triângulo invisível

O nariz na função de respirar bem

Algumas condições são comuns, mas, todas são interdependentes. Por exemplo, o nariz – primeiro item do triângulo – tem de estar desobstruído, mesmo que pareça que não está obstruído ou que a causa da respiração oral foi a obstrução nasal. O doutor Buteyko é explícito: nariz que respira não entope.

O nariz não é só a ponta. Ele começa na frente mas segue para ocupar a aérea maior da face. O nariz se comunica com os olhos, com a garganta, com a boca e com os ouvidos.

Quando lavamos o nariz estamos a remover secreções que se acumulam, no entanto, são na maioria das vezes imperceptíveis. Ao acumular as secreções, o sistema respiratório perde a capacidade de resposta e, como resultado, surgem as infeções e inflamações. Dessa forma, dependendo das estruturas atingidas a pessoa tem um sinusite, rinite, otite ou amigdalite, por exemplo.

O nariz, ao respirar, filtra o ar e, consequentemente, reduz a formação das secreções. Além disso, permite a mobilização de secreções anteriores. É por isso que no início do programa de normalização de respiração muitos adultos referem o agravamento passageiro/temporário dos sintomas, como o corrimento nasal ou maior obstrução respiratória.

Atuação dos dentes ao respirar

E voltando ao triângulo, vamos falar de dentes. Se ouvirmos a magnífica Sandra Coulson, sabemos que os lábios são os melhores alinhadores dos dentes e a língua é o maior expansor da boca. Os dentes estão nos maxilares e é a sua forma de contacto que permite a mastigação correta, o encerramento correto da boca e a postura equilibrada da cabeça.

Quando os dentes estão todos presentes na boca devem:

1. tocar corretamente nos adjacentes, sem prematuridades;

2. os dentes superiores não devem cobrir os inferiores;

3. coroas dentárias ter o tamanho real e equilibrado em todos os dentes;

4. permitir o correto espaço da língua, no entanto, sem impedir o selamento labial;

5. em conclusão, estar alinhados e sem exposição de raiz.

Quando há alterações dentárias, quais serão as repercussões?

Difíceis de diagnosticar por muitos, e complexas de explicar por vezes, ainda assim são notórias e vou enumerar algumas:

1. Sobremordida – quando uma arcada dentária cobre a outra

2. Distoclusão – a mandíbula recuada

3. Rotação da cabeça

4. Limitação na abertura de boca e mobilidade da língua

5. Compressão de estruturas nobres – articulação temporo-mandibular e estruturas adjacentes

6. Redução das vias aéreas – alteração do padrão respiratório do sono

7. Dificuldade de selamento labial

A necessidade de restaurar as funções básicas levam, como resultado, ao aumento da qualidade de vida. Em qualquer idade, as alterações de oclusão levam a uma cadeia de acontecimentos cada vez mais recorrentes.

Quando os dentes encerram muito – sobremordida – a articulação temporo-mandibular entra em esforço.

Articulação temporo-mandibular

Esta articulação, a única móvel do crânio tem o lado esquerdo e direito da mesma forma, mesmo por baixo da pele das orelhas. Tem várias estruturas nobres a passar pela articulação, além disso, tem um disco (almofada) e os músculos e tendões que nos ajudam a abrir e encerrar a boca e a cumprir todas as funções necessárias.

Quando abrimos muito a boca, e há alterações das estruturas pode existir, portanto, estalidos, ressaltos, dor ou outros sinais e sintomas. E, quando fechamos muito a boca, como resultado, comprimimos as estruturas nobres e além dos sinais e sintomas descritos, sentimos a falta de apoio nos dentes, a boca encerra de forma descompassada e os dentes por vezes tocam na gengiva ou no palato (céu da boca).

Na articulação temporo-mandibular os desequilíbrios são difíceis de diagnosticar. De tal forma que os pacientes procuram ajuda em especialidades tão díspares como a otorrinolaringologia, a ortopedia, a fisiatria entre outras. Os sintomas mais comuns são enxaqueca, dor irradiada na cabeça e pescoço, zumbido nos ouvidos, roncopatia, hipersalivação/baba e apertar de dentes. Nas crianças nota-se também a recorrência de otites e dificuldade mastigatória e deglutição.

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Até a próxima!

Dra. Rita Sousa Tavares Médica Dentista

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