Respirar é normal (e essencial, claro!), o padrão respiratório difere muito, dependendo da idade, dos hábitos e claro: de cada um. É comum se pensar que respira pelo nariz, quando na verdade respira muitas vezes pela boca. A respiração oral traz muitos prejuízos a saúde.
O nariz tem como função a respiração, a boca não. Se tens alguns dos sinais ou sintomas que vou descrever, então a tua respiração nasal ainda pode melhorar.
A RESPIRAÇÃO NASAL
A questão mais frequente que se coloca é a permeabilidade nasal, pensar que estar com o nariz limpo é a única condição de respiração nasal é errado, porque isso não é verdade. Os fatores que influenciam a respiração são por exemplo: a força dos músculos da face, a posição da língua e dos dentes, o peso, os hábitos, a genética, entre outros. O que leva muita gente a ter alguma ventilação oral, porém sem se aperceberem inspiram pela boca.
Muitas vezes sou deparada com situações aparentes de respiração apenas nasal, porém alguns sinais discretos alertam para alterações respiratórias, durante as rotinas diárias ou durante o sono.
Durante as rotinas vou salientar as refeições, as alterações de voz, as dificuldades respiratórias nas atividades desportivas, os sinais intra-orais entre outros.
Sinais ou sintomas da má respiração no SONO
Durante o sono são relatados além das roncopatias, a boca seca, a enurese noturna, a agitação durante a noite assim como o pigmento dentário, são tão comuns estes sinais que a maioria das pessoas considera normal viver assim.
As questões estéticas e doenças são as maiores preocupações, porém é importante divulgar a falta de oxigenação das células, além das células do cérebro. A falta de oxigénio não irá alimentar as células, a fadiga será um dos sinais além do desgaste excessivo e o envelhecimento celular.
Sinais ou sintomas da má respiração na BOCA
Ao respirar pela boca a saturação de oxigénio fica alterada e torna-se prejudicial. As consequências são leves, moderadas ou graves. Inicialmente são leves, com o passar do tempo agravam e depende da idade as adaptações e compensações de cada indivíduo.
Com a ventilação oral também se irão perder o cálcio, o magnésio e o fósforo. Resumindo, não é a alimentação alcalina o suficiente para reduzir a acidez do organismo. Até porque comemos algumas vezes ao dia mas estamos sempre a respirar.
Cada vez que temos um gatilho que nos provoca a obstrução nasal achamos que essa foi a causa da respiração oral. Quando iniciamos o método de Normalização de Respiração rapidamente entendemos que o nariz obstruiu porque a boca estava aberta.
Quando respiramos pela boca o ar entra em grande quantidade diretamente para os pulmões, sem ser filtrado, climatizado e humidificado. Se fosse pelo nariz era menos, não estaria frio e seco e não deixaria entrar micropartículas.
O nariz é o melhor filtro do nosso corpo. O nariz foi mesmo inventado para respirar e é a sua única função.
Já a boca perde muito quando respira, pois as alterações muitas vezes consideradas genéticas são adaptações à respiração oral. As diferenças mais comuns são arcadas dentárias diminuídas, pouco espaço para os dentes, dentes pigmentados, desidratados, índice de cáries mais elevado, gengivas inflamadas (comum sangrar na escovagem), sensibilidade dentária, alterações da posição e força da língua, bochechas e lábios com força muscular alterada e dificuldades na alimentação (engolir alimentos moles e bolo alimentar seco).
E aqui está a razão de uma médica dentista se preocupar tanto com a respiração: abrir a boca e respirar irá atacar tudo.
Sinais ou sintomas da má respiração nas AMIGDALAS E ADENOIDES
Assista gratuitamente ao Webinar: Respiras bem pelo nariz?
Vou agora explicar o Anel de Waldeyer. É o anel que temos na entrada da garganta, constituído pelas amígdalas (tonsilas) faríngea, palatina e lingual. Este anel protege a entrada dos tubos digestivo e respiratório, é o sistema de defesa do organismo contra agentes nocivos do meio externo. Nas infecções respiratórias comuns nas crianças, os tecidos linfoides podem aumentar muito de volume, causando obstrução parcial ou total dos orifícios. As adenóides podem dificultar a respiração nasal por obstrução e a amígdala (tonsila) tubárica pode impedir a drenagem do ouvido levando à otite média.
Os tecidos linfoides que nos protegem são atacados pela respiração oral e deixam de responder perdendo as suas capacidades imunológicas. Os linfócitos das amígdalas são capazes de responder in vitro a uma série enorme de antígenos bacterianos e virais.
A população celular das amígdalas humanas é basicamente de células imunocompetentes com 80-90% de linfócitos, e 5-20% de plasmócitos. São encontradas células com capacidade de produzir todas as classes de imunoglobulinas, inclusive IgD e IgE, sendo que a quantidade relativa de células produtoras de IgE por grama de tecido seria a maior encontrada entre os tecidos linfóides. Embora predominem as células produtoras de IgG, entre as classes de imunoglobulinas têm concentração maior a IgA, principalmente do tipo secretorio, seguindo-se em ordem decrescente IgM,IgG, IgE e IgD n.
O sistema imunitário é um sistema que protege o organismo contra doenças. Este deve detectar uma imensa variedade de agentes, desde os vírus aos parasitas, e distingui-los do tecido saudável do próprio corpo.
Vamos definir os problemas mais comuns, agora. O diagnóstico é feito pelo médico da especialidade. A minha ajuda é fechar a boca para poder respirar sempre pelo nariz.
As doenças são agudas ou crónicas. As agudas estão associadas a doentes crónicos, podendo estes estar diagnosticados ou não.
INFEÇÃO RESPIRATÓRIA
A infeção respiratória é a principal doença causada pela poluição do ar. Os aérossois (partículas em suspensão no ar poluído) entram em nosso organismo através das vias aéreas, mas causam irritação nos tecidos, fazendo com que eles reajam eliminando secreções.’
Sabemos que a filtragem do ar pelo nariz é eficaz para a maioria das partículas e as que conseguem passar pelo nariz serão diferidas pelas enzimas digestivas assim, nunca entrarão nos pulmões logo não poderão gerar uma infeção.
ASMA
A asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas. Quando as vias aéreas inflamadas são expostas a vários estímulos ou fatores desencadeantes tornam-se hiper reativas e obstruídas, limitando o fluxo de ar através de broncoconstrição, produção de muco e aumento da inflamação. Entre os sintomas mais comuns estão a pieira recorrente, tosse com agravamento noturno, sensação de aperto no peito e dificuldade respiratória recorrente. Pensa-se que a asma tenha origem numa conjugação de fatores genéticos e ambientais.
Ao respirar pelo nariz os fatores desencadeantes não conseguem entrar diretamente nos pulmões para os inflamar. O ar que entra pelo nariz entra em menor quantidade, pois a boca é bem maior do que o nariz. O ar não entra em excesso e entra filtrado a resposta não terá de ser reativa de broncoconstrição que é o sintoma da crise asmática, que se relata por falta de ar.
RINITE
Rinite é a irritação e inflamação da membrana mucosa no interior da cavidade nasal. Entre os sintomas mais comuns estão a congestão nasal, fluxo nasal abundante, espirros e acumulação de muco na garganta ou parte posterior do nariz. A rinite alérgica pode causar sintomas adicionais, como coceira no nariz, tosse, dores de cabeça, fadiga, sensação de mal-estar e diminuição das capacidades cognitivas.
Quando respiramos pela boca o nosso organismo sente-se atacado tanto no excesso como na qualidade do ar, a resposta imunológica é desencadeada. A imunidade, sistema de defesa do corpo, responde ao excesso de ar e falta de filtragem obstruindo o nariz com muco. Assim, esse muco vai acumular-se nos seios perinasais (cavidades ósseas que rodeiam o nariz) e provocar enxaquecas entre outros problemas como a Sinusite.
SINUSITE
Sinusite é a inflamação dos seios perinasais que produz sintomas. Entre os sinais e sintomas mais comuns estão a produção de muco nasal espesso, nariz entupido e dor na face. Entre outros possíveis sinais e sintomas estão a febre, dores de cabeça, diminuição do olfato, garganta inflamada e tosse. A tosse geralmente agrava-se durante a noite. A sinusite é classificada como aguda quando a duração é inferior a 4 semanas e crónica quando a duração é superior a 12 semanas.
A forma adequada de respiração nasal assim como a lavagem nasal é fundamental para a limpeza dos seios perinasais. Muitos pacientes terão de recorrer a fármacos para alivio dos sintomas e avançar na melhoria respiratória.
TRANSTORNOS RESPIRATÓRIOS
‘São assim designadas as doenças respiratórias em geral ou aquelas que não são uma doença específica. Portanto, neste grupo incluem-se a apneia, síndroma do desconforto respiratório do recém-nascido, dispneia, insuficiência respiratória, hiperventilação, etc. A tosse, a rouquidão, a aspiração de mecônio, respiração oral, laringismo, síndroma do desconforto respiratório do adulto, também são considerados transtornos respiratórios.
Estes transtornos não são descritos em pacientes respiradores nasais, como tal diagnosticar a predominância da ventilação oral é fundamental desde o nascimento. Hoje em dia sabemos que orientar e instruir a grávida sobre a sua respiração e a do seu bebé tem um resultado maravilhosos no desenvolvimento e crescimento do seu bebé tanto na fase intra-uterina assim como no resto da sua vida.
CRIANÇAS
Quando falamos das crianças sabemos que têm alterações respiratórias se apresentam algum destes sinais, por exemplo: excesso de baba, roncopatia, noites agitadas, xixi durante a noite (na cama ou não), agitação, défice de atenção, dentes aguçados, dentes seguidos sem qualquer espaço, otites, perda de audição, alterações da fala e/ou da voz, asma, bronquiolite, sem espaço para os dentes permanentes ou atraso na troca de dentes.
EQUIPA MULTIDISCIPLINAR
Leia também: Técnica Buteyko
Cada vez mais uma equipa multidisciplinar é fundamental para quebrar mitos e conceitos nos parâmetros de diagnóstico assim como nas abordagens terapêuticas.
Por fim, poder tratar sem fármacos e sem tratamentos invasivos leva-nos a resultados a longo-prazo maravilhosos e a melhoria da qualidade de vida de cada pessoa é o melhor agradecimento que recebo.
Commenti