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Trauma oclusal e Consequências: abfração

Conheces a abfração? Hoje vamos falar sobre isso!

Muitos de nós acreditamos que o trauma dentário apenas acontece após um acidente, uma queda ou uma dentada azarada. Mas, na realidade, a maioria dos traumas acontecem silenciosamente e de forma contínua diariamente, durante o dia ou durante a noite… o trauma oclusal.

Quando nascemos, o equilíbrio dos músculos, assim como o crescimento dos ossos, tem um processo pré-programado para a função adequada. Com a evolução da sociedade mudaram-se os hábitos, portanto, o que acreditávamos ser o desenvolvimento da criança deixou de acontecer. Contando com a carga genética, os fatores genéticos e os cuidados nos hábitos podemos controlar, contornar ou ignorar o desequilíbrio das forças. O agravamento dos problemas na criança deixa de ser funcional e passa a ser esquelético, dos ossos. Os problemas e os desequilíbrios que se vão agravando ao longo da vida, originam-se pelos problemas oclusais. A avaliação de cada sorriso deve ser estético, clínico e funcional.

Cada dente que não tem o contacto correto com o antagonista distribui as forças de forma errada provocando lesões em diversas estruturas. Gostava de vos explicar o que acontece quando um dente está alto ou baixo, quando um dente está com a inclinação errada ou até o que as forças que os músculos da bochecha, lábio ou língua podem provocar nas estruturas.

Partilhando aqui as definições de trauma, podemos encontrar as seguintes descrições:

  1. As lesões traumáticas dentárias podem variar desde simples fraturas em esmalte até a perda definitiva do elemento dentário.

  2. O trauma oclusal pode ser definido como a lesão periodontal induzida pela pressão dos dentes antagonistas, quer seja direta ou indiretamente.

  3. O trauma oclusal também pode ser definido como a lesão induzida nos tecidos de inserção dentária (ligamento, gengiva, osso) decorrente de forças oclusais excessivas.

Caraterizando, o trauma oclusal primário pode ser assintomático. Em muitos casos produz, inicialmente, dor difusa associada a um discreto aumento da mobilidade dentária, que pode durar dias, semanas e até meses. No ligamento periodontal, a estrutura elástica que une o dente ao osso, inicia-se inflamação crónica e difusa. Semanas ou meses depois, podem romper-se feixes de colagénio e leva à perda óssea vertical. Clinicamente, observa-se um discreto aumento da mobilidade dentária, facetas de desgaste oclusal ou incisal típicas da atrição acentuada e a presença de recessões gengivais em forma de “V”, mas um quarto sinal pode ser adicionado: a abfração (fratura dos dentes junto da gengiva).

O que é abfração e o que causa?

A essa altura já deves estar se perguntando o que afinal é abfração… o esmalte extremamente cristalizado não consegue acompanhar as deformações excessivas que as forças oclusais impõem à dentina. O esmalte tem uma estrutura quase exclusivamente mineral, com 95% de parte inorgânica e sem maleabilidade, enquanto a dentina tem aproximadamente 40% de parte orgânica e água. Esta dissonância entre o esmalte e a dentina na absorção das forças excessivas promove microfraturas na região cervical – o colo dos dentes junto da gengiva, com perda de pequenos fragmentos e micro-exposições de dentina. A abfração aumenta a sensibilidade associada a outros fatores variáveis, como alimentação, líquidos, respiração, temperatura e outros. No início, a abfração não é clinicamente detectável, a não ser pela hipersensibilidade aparentemente inexplicável.

Em muitos casos, a recessão gengival em forma de “V” é atribuída à escova incorreta ou técnica e escovagem inadequada por parte do paciente, o mesmo ocorre com a abfração, confundida com frequência com a abrasão e com a erosão dentária.

A abfração, significa a perda patológica dos tecidos duros dentários decorrentes de forças oclusais traumáticas que provocam flexões nos dentes, levando à fratura dos cristais de esmalte na zona do colo do dente e ao desgaste. A abfração é resultante de forças anormais entre os maxilares, de apertamento dos dentes e de bruxismo (ranger os dentes). Assim, quando os dentes não têm o contacto correto, qualquer que seja a idade, irá ter repercussões negativas normalmente a longo prazo.

O desenvolvimento dos ossos da face na infância

Na infância, é suposto acontecerem desgastes fisiológicos que permitem o crescimento dos maxilares e a preparação para a evolução da mastigação, da deglutição e claro, para os dentes definitivos. Estudos indicam que nos primeiros anos de vida, a velocidade de crescimento da face é maior do que o crescimento do crâneo. O crescimento dos ossos da face é de tal forma que aos 4 anos 60% da face está completa, aos 6 anos teremos 80% do crescimento da face e aos 12 anos é suposto os ossos da face já terem 90% do seu crescimento na idade adulta. Quando na criança o desenvolvimento está bloqueado há um gatilho neurológico que pode levar ao bruxismo e proporcionar o desgaste dentário até ao padrão fisiológico. Como tal muitos dos diagnósticos de bruxismo na criança são desprezados precisamente por ser considerado fisiológico. O bruxismo é patológico e sempre sinal de algum problema.

O apertamento dentário, o bruxismo, os contactos desequilibrados entre os dentes devem ser avaliados, diagnosticados e o balanceamento das forças tem de ser corrigido contando com a posição estática e os movimentos fisiológicos.

Na infância, o equilíbrio da oclusão é notado pelos intervalos entre os dentinhos de leite, chamados de espaços primatas, pelo desgaste dos dentes caninos e pela mastigação eficiente. Características só notadas quando o padrão de respiração é nasal. Nos adultos, o equilíbrio oclusal, também está relacionado diretamente pelo padrão respiratório, pois a boca não deverá ter a função respiratória e terá balanceadas as suas funções. Nos dentes dos adultos, notamos na cor e no brilho, nos desgastes das faces de mastigação e o mais grave e menos alertado são notadas fraturas por abfração, nas faces dos dentes junto da gengiva.

A oclusão inicia-se com bons hábitos desde o nascimento, sejam eles de respiração sejam hábitos alimentares. Mesmo sem dentes os maxilares precisam de bons estímulos e os músculos é que fornecem esses estímulos. A reabilitação neuro-muscular é o melhor aliado e o tratamento é possível em qualquer idade. Excluindo tratamento invasivos e cirurgias as melhorias começam com pequenos hábitos em casa.

Eu posso te ajudar!

A Ortopedia Funcional dos Maxilares, mostrou-me um mundo, maravilhoso que me permite ajudar todos os meus pacientes. É maravilhoso receber os vossos testemunhos e compreender que as vossas melhorias vieram para ficar. Respira lenta e suavemente apenas pelo nariz. Vamos começar? Mais um desta vez sobre RESPIRAÇÃO Respiração

Num mundo onde o septicismo á cada vez maior como podemos acreditar que a respiração é normal, benéfica e inata. Quando nascemos só respiramos pelo nariz. O ambiente a que somos expostos, assim como os hábitos que adquirimos alteram a função fisiológica mais básica de todas. Respiramos por dia mais vezes do que comemos ou bebemos. Aliás. Quanto tempo aguentas sem respirar? Já pensaste nisto? Então porque não cuidas tu da tua respiração? Como perdeu o homem a capacidade de respirar corretamente? Já pensaste na lista de doenças comuns na nossa sociedade que estão relacionadas com a respiração? A roncopatia (ressonar), a apnéia do sono, a asma, as doenças auto-imunes, as alergias… As respostas, não são encontradas em laboratórios de pneumologia, psicologia, bioquímica e fisiologia humana.

Como a respiração transforma o corpo

A respiração contraria a sabedoria convencional do que pensávamos saber sobre a nossa função biológica mais básica. Todos nós sabemos que ‘somos o que comemos’, mas damos pouca atenção à nossa respiração que é ainda mais importante para a nossa saúde. A respiração é fundamental e devemos saber como (e até por que) e quando respiramos.

A Respiração Nasal acaba por não ter estudos profundos e científicos parecendo ciência popular, porém encontramos fundamentos e estudos reais e credíveis acerca das doenças respiratórias que foram feitos para a investigação de fármacos e outros tratamentos, quando tão perto temos o nariz e que pode e deve contrariar a respiração oral.

A respiração é simplesmente fascinante. Isso vai te alarmar. Isso vai te deixar assustado. E vai inspirar-te. Quem diria que a respiração pode ser tão abrangente? Da saúde à espiritualidade, da física à química, de fora para dentro de ti? A forma como deixas o ar entrar dentro de ti, a velocidade e a quantidade de ar irão condicionar a tua saúde, a tua bioquímica, a tua fome e sede, a tua postura, os teus dentes e a tua ansiedade, o teu sono e a tensão arterial. Enfim, já pensaste nisto?

A respiração é uma jornada totalmente fascinante pela forma como vivemos. Não importa quem és, não importa a tua idade. O mais importante é a forma como queres viver o sobreviver daqui para a frente. Deixar de estar doente e cansado. Compreender o que muitos profissionais não conseguem ver, a tua saúde.

O método de normalização de Respiração Buteyko

Quando iniciei os estudos de respiração mudei assim, a minha vida, mudei a vida da minha Família e mudei a vida de centenas de pacientes, que hoje estão livres de noites mal dormidas, de infecções respiratórias de recorrência, de rinites, sinusite e ansiedade.

O método de normalização de Respiração Buteyko mudou a minha vida. A Respiração é pesquisa científica, é visão histórica, é regressar às origens, é recriar novos hábitos. O acto mais simples e intuitivo de inspirar e expirar recebeu um golpe evolutivo extremamente cruel. Como resultado, 70 % da população mundial respira mal nos dias que correm, dormem tão mal e têm uma respiração desequilibrada – hiperventilação. A correção da respiração de tão simples que é pouco interesse levanta na comunidade cientifica, ajustes simples, resolvem a tua respiração e promovem a tua saúde. Então, muitas vezes apetece-me dizer, se respiras precisas de normalizar a tua respiração. A Sociedade Europeia de Respiração, em 2017, referiu que as Doenças Respiratórias são a Principal Causa de morte ou incapacidade. Quando subestimamos qualquer coisa, incluindo algo tão básico como a respiração, coisas más podem acontecer. Acontece que muitos pacientes afirmam que a obstrução nasal acontece e só aí não respiram pelo nariz. Depois referem a sinusite, rinite e alergias como fatores preponderantes sem relação direta, mas causadora dessa alteração respiratória.

Compreender as causas e as consequências das alterações respiratórias, da obstrução nasal e da nossa vida que provocam alterações e doenças, promover uma via aérea desobstruída para uma respiração melhor, mais saudável e mais regulada, tem sido o meu trabalho durante os últimos anos. Sempre com a colaboração de uma fabulosa equipa transdisciplinar. Não há nada mais essencial para a nossa saúde e bem-estar do que respirar: inspire e expire, repita 25.000 vezes ao dia. No entanto, como espécie, os humanos perderam a capacidade de respirar corretamente, com graves consequências. Na realidade somos os únicos mamíferos a respirar pela boca.

Agradecimento aos meus pacientes

Por fim, agradeço a todos os que em mim confiam e sabem que nunca é tarde para começar e assim melhorar a saúde, a beleza e tornar esses sorrisos magníficos, com noites descansadas.

A normalização de Respiração assim como a Ortopedia Funcional dos maxilares é ideal em bebés e crianças e excepcional em adultos e adolescentes. Como tal, aguardar pelos dentes definitivos não é de todo necessário e sabemos que a espera agrava as doenças, encarece os tratamentos e dificulta as abordagens. Até breve e continue a sorrir, nunca se esquecendo de respirar lenta e suavemente pelo nariz.

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