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Ortopedia Funcional dos Maxilares VS Ortodontia: qual o ideal para ti?

A complementaridade das diversas áreas da saúde deve ser o que promove a verdadeira cura do paciente. Portanto, cada diagnóstico deve ser criterioso e o encaminhamento do paciente é para o seu próprio bem. Assim, a verdadeira saúde passa pela prevenção evitando abordagens invasivas e atos iatrogénicos. Portanto, se deve olhar o dente e o paciente. Respeitar as características do paciente.

A extração de dentes

A extração de dentes cada vez mais em desuso é claramente grave pela perda de espaço e alterações de funções. Por exemplo, a respiração oral é promovida por deficiência de espaço intra-oral para a língua.

Muitas vezes somos impelidos pela sociedade na conquista do sorriso perfeito. Sendo assim, o alinhamento dentário está na 1.a linha das vontades e desejos de cada paciente. E claro, de muitos dentistas também.

Procurando a perfeição imediata ou a resolução de algumas questões como espaço e colaboração, a medicina dentária promoveu por muitos anos a extração de dentes para conquista de espaço e os aparelhos fixos para que o tratamento fosse acontecendo apenas com a mínima colaboração do paciente.

Hoje em dia sabemos que extrair dentes é grave e não se conquista, mas perde espaço de forma grave para a língua e as funções da boca. Também sabemos que a colaboração do paciente é crucial quer em aparelhos fixos, quer em aparelhos removíveis.

Na ortodontia, a higiene diária é fundamental com o risco de desenvolvimento de cáries e perdas dentárias; mas sem a utilização de elásticos (colocados pelos pacientes) o tratamento não terá fim à vista, sem a alimentação correta saltarão peças do aparelho e perderá a sua função. E a estética cada vez mais importante. A ortodontia está de tal forma desenvolvida que já podemos fazer tratamentos ortodônticos com Alinhadores invisíveis. Esses Alinhadores são ideais para a autonomia e a grande mais valia nas horas de refeição e higiene. Removendo o alinhador temos assim, maior facilidade na higiene e mastigação além do conforto geral do paciente.

Como funciona a Ortopedia Funcional dos Maxilares

A ortopedia funcional dos maxilares é portanto, uma área da medicina dentária totalmente diferente da ortodontia e em nada se compara à ortodontia. Como tal, eu considero-as parceiras e complementares. O diagnóstico do paciente tem de ser bem fundamentado e estudado. A idade, os hábitos, as características, as razões e motivos e claro os custos-benefícios também, são tidos em conta em cada diagnóstico e plano de tratamento.

Quando opto pela ortopedia funcional dos maxilares sei de antemão que o diagnóstico é funcional. Tendo em conta a falta de crescimento dos maxilares, a discrepância entre ambos os maxilares; o padrão funcional do paciente – respiração, mastigação e deglutição; a postura; as articulações temporo-mandibulares; as rotações dentárias e a existência e posição dos sisos.

A ortodontia

Na ortodontia, as rotações dentárias e a oclusão são os focos e como tal faz parte do protocolo a exodontia dos 4 sisos. Nem 8 nem 80, nem todos os pacientes devem ser tratados com ortodontia ou OFM. Muitos dos nossos pacientes terminam a ortodontia com OFM para garantir a estabilidade a longo prazo. As parafunções musculares e alguma recuperação esquelética permitem a conclusão do tratamento e dar alta ao paciente sem qualquer aparatologia ou contenção fixa.

Na realidade, o equilíbrio não necessita de ‘contra-pesos’. Quando atingimos as funções adequadas, com forças equilibradas e estímulos perfeitos não há regressão do tratamento.

Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma, já dizia Lavoisier. Com esta frase posso dizer que ao respirar mais pela boca, perde capacidade mastigatória, promove a rotação dentária e por consequência alinhamento e constrição maxilar. As funções desadequadas levam adaptações e compensações do nosso organismo, dos pés à cabeça ou da cabeça até aos pés. Promover a saúde plena requer uma equipa transdisciplinar e atenta a cada pormenor.Continuando a parafrasear, desta vez, Charles Darwin que dizia: a função cria o órgão. É realmente verdade.

Quando mastigamos dos dois lados ao mesmo tempo a arcada fica em forma de V, quando não mastigamos mas esmagamos os alimentos com a língua a arcada dentária superior fica mais à frente e o queixo fica pequeno, quando apenas mastigamos de um lado ficamos com imensas assimetrias dentro e fora da boca. Desde o olho mais aberto à bochecha mais pequena ao pescoço rodado ou ao ombro mais baixo. Estes são alguns exemplos de como a função cria o órgão. Temos mesmo de compreender a respiração, deglutição e mastigação.

Mas, o que é afinal a Ortopedia Funcional dos Maxilares

Por ser muito mais divulgada a Ortodontia, passo a explicar o que é a Ortopedia Funcional dos Maxilares.

A Ortopedia Funcional dos Maxilares (OFM) atua diretamente sobre o crescimento de desenvolvimento dos maxilares e estruturas adjacentes, promovendo remodelamento e redirecionamento de crescimento com os aparelhos ortopédicos removíveis.

Esta especialidade da Medicina Dentária é responsável por tratar alterações e desequilíbrios musculares, ósseos, de postura do paciente e também de funcionamento dos maxilares; alinhamento dos dentes e problemas da articulação temporo-mandibular (ATM). Algumas pessoas chegam a confundi-la com a ortodontia, pois ambas lidam com o mau posicionamento dentário nas arcadas, mas não são a mesma técnica.

Os aparelhos utilizados em OFM têm como objetivo produzir estímulos na rede de neurónios sensoriais na região oral, levando a mensagem até ao sistema nervoso central, que atuará remodelando as estruturas do sistema estomatognático (SE). As mudanças que ocorrem no SE são também incorporadas pelo córtexes sensorial/motor e são codificadas como novas memórias de longo prazo, as quais são responsáveis pela manutenção do SE no novo equilíbrio.

Corrige tais disfunções em pessoas de qualquer idade, usando aparelhos removíveis. O tratamento não deve causar dor e é executado sem extração de dentes.

Estes aparelhos produzem estímulos na rede dos neurónios sensoriais da região oral, que levam a mensagem até o sistema nervoso central que, por sua vez, responde remodelando estruturas ósseas, musculares, articulares e funcionais. Assim, a estética da face e as funções exercidas pela boca são restabelecidas, trazendo de volta o equilíbrio do sistema nervoso.

Sinais e sintomas observáveis e tratáveis pela OFM:

  1. maxilares pequenos

  2. mordida cruzada atrás,

  3. bruxismo (ranger de dentes), apertar dentes,

  4. barulho nos maxilares durante a mastigação,

  5. dores de cabeça,

  6. zumbido no ouvido,

  7. dor de ouvido,

  8. dor na face/maxilares,

  9. queixo saliente,

  10. dentes tortos ou apinhados,

  11. os dentes da frente que não se tocam,

  12. dentes superiores da frente que cobrem os inferiores (“queixo de bruxa”),

  13. dentes salientes ou queixo retraído,

  14. lábios normais que se mantém abertos,

  15. língua entre os dentes da frente,

  16. apneia do sono,

  17. entre outros.

Esta especialidade teve origem na Europa no início do século XX e apenas no século XXI foi reconhecida no Brasil, apesar de praticada desde a década de 1960.

A diferença entre a Ortopedia Funcional dos Maxilares e a Ortopedia Facial

Por utilizar os estímulos neurais, a Ortopedia Funcional dos Maxilares difere fundamental e conceitualmente da Ortopedia Facial (Ortodontia), que usa força mecânica sobre os dentes e ossos por meio de aparelhos fixos.

Esta intensa plasticidade neural, produz remodelação e crescimento ósseo, inclusive em idade adulta madura, desde que adequadamente estimulada. Em fases de idade óssea mais precoces, são mais eficientes. O grande avanço recente na neurociência permite visualizar que num futuro próximo serão melhor entendidos os sistemas neurofisiológicos que medeiam os tratamentos realizados, levando a OFM a novos patamares de evolução.

Respondendo à tua questão, qual o melhor tratamento para ti? Respiras apenas pelo nariz? Tens dificuldades mastigatórias? Tens alterações da fala ou postura? Ressonas? Tens Enxaquecas ou Sinusite/Rinite? Falta de espaço?

Tens dúvidas? O uso tem de ser criterioso e devemos atuar num plano funcional, para que o teu dia-a-dia e as tuas noites sejam perfeitas econfortáveis.

Por fim, respira lenta e suavemente pelo nariz de forma confortável e de boca suavemente fechada. Eu posso ajudar!

Até breve.

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